Por que escrevo
Escrevo porque é a única forma que encontrei de me tornar imortal, de transmitir os ecos da minha alma, mostrar como percebo as belezas e horrores do mundo e a maneira que as impressões afetam meu ser, transformando-me, violentando minha essência, fazendo-me ver tudo com outras cores, formas e texturas. A cada momento, entro em contato com novas percepções, que se chocam contra as antigas, forçando-me a reavaliar minhas antigas crenças e ideias, o que me leva a refletir, sair do marasmo. Então, eu preciso recorrer à folha, ao lápis. Minha mão tem que registrar, na folha em branco, todas as constantes alterações sofridas pelos meus sentimentos, emoções e pensamentos.
Quando eu escrevo, trabalho arduamente, escolhendo as palavras, buscando o melhor termo, tentando ser honesta, sem esconder nem meu lado menos louvável. Não, eu não posso mentir. Tenho que me expor. revelar, sem medo ou timidez, porque eu sei que me julgarão e atribuirão qualidades e defeitos.
Assim, eu escrevo para que me conheçam, saibam como vejo o mundo, desnudem minha alma, avaliem-me, julguem-me.
Caberá a mim, no final, saber lidar com o julgamento dos meus leitores.