O OUTRO LADO DA PONTE
O tempo está frio. O caminho é difícil. Pedrinhas de gelo na estrada dificultam ainda mais a caminhada. Há lugares de luz e existem também locais muito escuros. O frio aumenta cada vez mais. Venta muito. Chove incessantemente.
Sou eu quem caminha nessa estrada. Não estou sozinha. Estamos eu e Deus, e é Ele quem me dá força. Nesse instante, não há na estrada ninguém de carne e osso, como eu. O tempo está frio. Muito frio. Friagem excessiva, cruel, animalesca.
Preciso atravessar a ponte e chegar logo ao meu destino. E o meu destino abrange o calor do sol, o canto vivo dos pássaros, o canto das águas do mar e dos rios, o olhar e o carinho da minha gente. Quero chegar logo. Vou chegar e comemorar. Se precisar voar, voarei, pois quero entrar no meu mundo, no mundo que conheço, mundo que domino. Preciso chegar o mais rápido possível. Deixar essa estrada fria para trás.
Nessa estrada passa todo ser humano, quando seus sonhos começam a querer se transformar em pesadelo. Mas amanhã tudo será diferente. Eu creio nisso. O sol voltará a brilhar e a aquecer, ricamente, as minhas realizações, os meus sonhos e os quatro cantos da terra.
Glaucia Ribeiro (1º de dezembro de 2010)