Estrela

Um buraco negro em seus olhos

Cresce, espande e me engole

Aumenta por não haver luz? Eis-me aqui

Te dou minha quimica, te dou impulsos

Atravesso a retina e te faço enxergar

Aquelas cores primarias que se comprimentam

Em seu balet vivido, em suas nuances

que de tão misturadas, se tornam uma só.

Deixe o negro apenas em sua pupila

que inveja o azul do céu,

mal sabendo que está arrodeada do azul da íris.

Minha pupila ainda não aprendeu

Ela quer ser ensinada todos os anos

Ela quer absorver toda a luz e produzir todas as cores

Ela quer refletir seus desejos, o real, a utopia

Ela quer espanar cada canto, cada greta

QUer ser interseção, arco, axioma, extensão.

Se pudesse ela comeria o olho, não havendo mais o branco nele.

E ela também quer ser vasculhada por outra pupila.

Quer que o buraco negro se transforme novamente em luz,

A olhe por dentro e decifre cada canto de escuro,

cada canto de infinito.

Sua luz extinta.

Pois ela também já foi estrela.

Íu Nunes
Enviado por Íu Nunes em 01/12/2010
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