Terror De Amar
Desligados os circuitos,
cercou-me o desespero em opulência.
Movimentos vagarosos, pensamentos ágeis...
Destempero, desmotivação, feito edificação,
baseada em andaimes frágeis.
Não conheço vitória autêntica e duradoura,
talvez porque não a persiga.
Meu objetivo sempre foi o amor,
e aquele a quem o amor abriga...
O resto pouco interessou.
E o que pensava sobre ele é que deveria ser infinitamente rico.
Rico de valores agregados onde o dinheiro não faz parte.
Justo, benigno, amorosamente...
Podendo ser utilizado apenas por mim e pelo outro.
Daí a fidelidade corrente...
Sou uma antiestrela.
A mim não cabe crédito algum.
A ele, todos.
Sou mulher fracassada diante da grandeza menor...
"a arte de enganar".
Coube em mim essa tarde, o terror, de novamente,
um dia...amar.
E nessa desilusão, a decepção arde mesmo pra valer,
e talvez eu viva mais uns duzentos anos,
apenas para esquecer.