Fênix
Todos os dias eram assim
O mesmo amor
A mesma dor
Com a mesma cor
A cada data uma rosa
Mas não alterava a prosa
Vencida por um presente
Mas sua alma era ardente
E novas cores pedia
Quando o desejo ardia
Tramava algo inconstante
Que mudasse o que fora antes
Tentava com os viajantes
Bem do meio da rotina
Fidelidade então desafina
Com um sem teto,
ou com um sem travesseiro
mostrou com a chama o braseiro
nem com os gemidos o pudor acordava
e todos os princípios ali foram feridos
deixando para trás calados suplícios
Identificada com o anônimo ou anonimato
Ou com um amor, que fosse insensato
Nunca soube querer o que sempre quis
Despertara nela, a lendária Fênix