Fênix

Todos os dias eram assim

O mesmo amor

A mesma dor

Com a mesma cor

A cada data uma rosa

Mas não alterava a prosa

Vencida por um presente

Mas sua alma era ardente

E novas cores pedia

Quando o desejo ardia

Tramava algo inconstante

Que mudasse o que fora antes

Tentava com os viajantes

Bem do meio da rotina

Fidelidade então desafina

Com um sem teto,

ou com um sem travesseiro

mostrou com a chama o braseiro

nem com os gemidos o pudor acordava

e todos os princípios ali foram feridos

deixando para trás calados suplícios

Identificada com o anônimo ou anonimato

Ou com um amor, que fosse insensato

Nunca soube querer o que sempre quis

Despertara nela, a lendária Fênix

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 30/11/2010
Reeditado em 30/11/2010
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