Fluidez
Acho que me perdi em rios profundos
de luzes cálidas, momentos profanos
se propagando em ondas até a margem adormecida
esquecida, pobremente iluminada pelo luar.
Acho que me perdi em ruas estreitas
de passos lânguidos, silenciosos
ecoando pelas paredes desbotadas e sujas
com prédios de entradas seladas.
Me virei inúmeras vezes, em círculos
em ângulos muitas vezes obtusos
procurando sair de cena, de foco, de olhares escusos
coberta pela fina camada dos meus pecados cometidos.
Sobrevoei pequenas colinas solitárias
na companhia do vento e das nuvens algumas vezes entristecidas
sob rajadas de fortes chuvas
e a beleza de um céu tempestuoso de inverno.
Acho que me perdi, quando me achei
quando me vi refletida nas superfícies mais singulares
dentre elas,oceanos e pequenas gotas de orvalho
até os mais profundos e misteriosos olhares.