DA PRESENÇA DO TEU ROSTO
Todas as noites carrego para o sono a imagem do teu rosto, última imagem que vejo antes de dormir.
Toda manhã me acorda a imagem do teu rosto, sempre a primeira que me vem ao acordar.
Nem sempre me lembro dos sonhos vividos na inconsciência das noites; se na consciência retomada nas manhãs permanece a lembrança de algum destes sonhos, vem junto com tal lembrança a marca da tua presença nele, no sonho, a presença do teu rosto nele, do teu próprio rosto ou do teu rosto oculto sob outro semblante, desconhecido - isto sói, segundo já me disseram, acontecer nos sonhos.
Isto, claro, quando as noites não são inteiramente brancas que, quando o são, de verdade desaparece qualquer possibilidade de trégua, de qualquer ausência provisória em mim, de ti.