E essa história me veio inteira na memória...
Quando eu tinha 12 anos, indo para a escola, um menino de rua cruzou comigo e me deu um olhar de raiva e um tapa. O tapa doeu. O olhar doeu. Nunca ninguém havia me odiado antes.
Minha mãe me contou que a raiva do menino não era de mim. Era de todo mundo. E que o tapa não era em mim. Era na vida. Eu não entendi bem o que eu tinha com isso, já que não me batizaram “Vida” e eu nunca havia machucado ninguém. Minha mãe me disse que um dia eu entenderia o menino e aceitaria os motivos dele.
Eu cresci. Entendi o menino. Os motivos...? Entender não é aceitar.
(Novembro de 2010)