O Despetalar da Alma (O Despertar, então)
Vai a peçonha se esvaindo do humor da séquida penumbra
Escalando falésias e escarpas de mágoas
A descarar secretas caixinhas de músicas;
Adentra o lago azul pelo fundo do nada, em sépalas de rosáceas
Tão ledas as cores ricas em áureos amores (alguns cândidos, outros quase)
Que aterrisa no peito do enfermo, à revelia, a amansada carne
Esfrega na cara azeda o zomol e a farinha de ossos
Presas e equiparadas a sacos de dentes lançados no esgoto d’alma;
Dá-me ósculo de queijo amarelo, o riso solitário e indene da morte
E me cega até o umbigo com a sua inexorável ausência.