UM CONTO NUM CANTO
Foi no escuro de uma sala qualquer. Nem me lembro mais, ao certo, que lugar era.
Era uma sala comum. Com quatro (ou serão seis?) paredes vazias. Sem fotos, retratos.
Sem fatos estampados no seu dia-a-dia.
Foi, talvez, nesse canto esquecido (ali no vazio de um quarto sem sentimentos) que
Comecei a pensar esta vida. Comecei a regurgitar a idéia egocênctrica de “homem-senhor-do-universo” e pensei, e pensei, e pensei, e... notei que era esforço vão. Passo agora
Horas inteiras (alguém sabe o que são 60 minutos?) com essa “maldita” idéia.
Esse local tão peculiar me marcou muito. Foi ali que tive minha primeira “alucinação poético-literária”, pode-se dizer então que foi minha primeira musa. A inspiração digna
Dos maiores “poetas-sonhadores”: a solidão de um espaço no concreto de um quarto.
Foi musa sim, mas foi ingrata. Cantei-a tanto que me esqueci. Acabei por ficar sem espaço
Para tentar fugir da luz do dia. Fracassei por completo.
Mas em todo caso, é doce relembrar essa experiência e lembrar da convivência do meu
Eu com meu canto. A sublimação de um poeta. Completa.