UM CONTO NUM CANTO

Foi no escuro de uma sala qualquer. Nem me lembro mais, ao certo, que lugar era.

Era uma sala comum. Com quatro (ou serão seis?) paredes vazias. Sem fotos, retratos.

Sem fatos estampados no seu dia-a-dia.

Foi, talvez, nesse canto esquecido (ali no vazio de um quarto sem sentimentos) que

Comecei a pensar esta vida. Comecei a regurgitar a idéia egocênctrica de “homem-senhor-do-universo” e pensei, e pensei, e pensei, e... notei que era esforço vão. Passo agora

Horas inteiras (alguém sabe o que são 60 minutos?) com essa “maldita” idéia.

Esse local tão peculiar me marcou muito. Foi ali que tive minha primeira “alucinação poético-literária”, pode-se dizer então que foi minha primeira musa. A inspiração digna

Dos maiores “poetas-sonhadores”: a solidão de um espaço no concreto de um quarto.

Foi musa sim, mas foi ingrata. Cantei-a tanto que me esqueci. Acabei por ficar sem espaço

Para tentar fugir da luz do dia. Fracassei por completo.

Mas em todo caso, é doce relembrar essa experiência e lembrar da convivência do meu

Eu com meu canto. A sublimação de um poeta. Completa.

Gláucio Ramm e Silva
Enviado por Gláucio Ramm e Silva em 21/11/2010
Código do texto: T2628857
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