Os silêncios que nos protegem
Limites que nos impomos são feitos também de silêncios.
Nada mais sábia uma resposta silenciada por um sorriso de tolerância .
A beleza que o tempo traz não está apenas na brancura dos cabelos e nos riscos em volta dos olhos que desenham compreensão.
A alma se alisa em ternura e a ansiedade se atenua.
Não há muito com o que se preocupar.
O que tinha que dar errado, já deu. O certo aconteceu.
O trágico , o ambíguo e vulnerável nos pegam mais de leve ...
Aprende-se a evitar atritos, ignorar ruídos que os ouvidos já acostumados, nem mais os discriminam.
Procurá-se o belo e o suave . Atentos estamos para os sons mais delicados e doces.
O olhos se perdem nos coloridos , fogem do cinza e das cores rebuscadas.
Sabem que os ventos espalham a poeira encardida.
Que as pessoas são boas, que nunca agem (de modo ruim)
por maldade , somente por ignorância ou infelicidade...
Que os filhos aprenderam as lições ou as aprenderão...
Que o limão é doce com açúcar.
Que o abacaxi se descasca devagar e com paciência .
Que as abobrinhas , bem temperadas, são uma delícia...
Se o andar é mais vagaroso tem mais direção.
E a voz compassada , em tom mais baixo ,
tem a força renovada das manhãs ensolaradas .
Que as tempestades trazem com muito mais clareza , a bonança .
Que a alma leve faz o corpo mais bonito .
Que doce de coco é enjoativo.E tem colesterol de montão.
Que o tempo é muito mais curto.
Por isso fazemos a silenciosa opção : isto sim, isto não.
E calamos e rimos com a alma marota
que ejeta pelos poros mais bondade, amor e perdão.
E muito fazemos para que a vida aconteça sadia,
que o coração bata em compasso menos acelerado mas bata...rs .
E tenha sempre paixão .
É ela que nos move . Dela, nunca podemos abrir mão.