UM DIA MAIS CLARO (Beatriz Oliveira)

... Um dia mais claro,

Onde o meu sorriso abrisse portas,

Desse fim a guerras, ressuscitasse mortos;

Onde o meu olhar derramasse bálsamos,

Matasse fome, tristeza, dor, vergonha,

Desonra, falta de ética, covardia, maldade;

... Um dia mais claro,

Onde a minha mão plantasse amparo,

Fé, amizade, segurança, bondade, ânimo,

Árvores, educação, firmeza e poesia;

Onde o meu corpo sustentasse o filho,

O pai, a mãe, o irmão, a irmã, a prima,

O avô, a avó, o primo, o tio, a tia.

... Um dia mais claro,

Onde os meus pés percorressem rumos

Incansáveis, desérticos, navegáveis, frágeis,

Tão longínquos, mas tão intrínsecos a mim;

Onde a minha alma voasse selvagem e nua ,

Etérea, volátil, eólica, éon de ouro livre

E passeasse por todo o lugar onde o “tudo” vive.

... Um dia mais claro,

Onde o seu sorriso me tomasse por rumo

E o seu olhar me tomasse por meta

E a sua mão me tocasse sem nenhum juízo.

Um dia claro que se tornasse noite,

Num instante vago.

Um instante que voaria breve,

E, assim, espantado a si mesmo diria:

“Veja, o tempo passou e eu nem percebi.”

Beatriz Oliveira
Enviado por Beatriz Oliveira em 18/11/2010
Código do texto: T2621951
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