Flores
Flores em forma de palavras.
Surpresas, suspeitas, sopetões.
E, parado à porta do teu íntimo,
deixo begônias.
Deixo-me, aliás. Em forma de flores de sombra.
Palavráticas, silabais. Vérsicas prósicas e poéticas.
E, finalmente,
Tuas.
Perfile-as em tua janela. Organize-as, desorganize-me.
Estratifique.
E nos reúna.
Como uma única coisa,
coisificando aquilo que não damos nome.
Uma cesta de flores, numa sexta à noite
Num nós dois contínuo.
Regue-nos, adube-nos
Que nossas flores só morrem
se quisermos.