Flores

Flores em forma de palavras.

Surpresas, suspeitas, sopetões.

E, parado à porta do teu íntimo,

deixo begônias.

Deixo-me, aliás. Em forma de flores de sombra.

Palavráticas, silabais. Vérsicas prósicas e poéticas.

E, finalmente,

Tuas.

Perfile-as em tua janela. Organize-as, desorganize-me.

Estratifique.

E nos reúna.

Como uma única coisa,

coisificando aquilo que não damos nome.

Uma cesta de flores, numa sexta à noite

Num nós dois contínuo.

Regue-nos, adube-nos

Que nossas flores só morrem

se quisermos.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 17/11/2010
Código do texto: T2621417
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.