COMO O MUNDO SERIA SE VOCÊ NÃO TIVESSE EXISTIDO?
Por: ACCO
Para responder esse questionamento é necessário muito mais que uma reflexão linear, como: continuaria sendo o que sempre foi com suas alegrias e mazelas. Na verdade, antes de qualquer coisa, é necessário me questionar quem sou para então adentrarmos num admirável mundo novo. Mas o paradoxo disso tudo é que de sã consciência não sei quem sou, quero dizer, em meu estado de razão humana não conseguiria responder tal pergunta.
Assim me vejo no limiar de mim mesma, entre a janela do tempo deste mundo interior e seu reflexo no mundo exterior. Ocorreu-me então, fazer a travessia da cidade de Rio Grande (onde moro) à São José do Norte (cidade vizinha onde a 30 Km da mesma tenho um sítio no Arroio do Inhame). Comecei a perceber o que estava a minha volta, intensidade de vida, cores, humores, sons, sensibilidades, fragrâncias múltiplas... Céu azul, nuvens algodoadas, pássaros, cheiro de maresia, um grupo de jovens escoteiros de no máximo 10 anos. A minha esquerda um senhor sentado no chão, pensando na vida. A frente uma jovem mãe com sua filha de no máximo 3 anos. Atrás de mim pessoas falavam qualquer coisa, gesticulavam, sorriam, ficavam sérias ou mesmo pensativas...E eu quem era? Consegui me ver através de todas essas dimensões, então poderia ser uma idosa, um recém nascido, a laguna, os peixes, a imensidão, mas em vez disso, sou o observador que neste exato segundo configura o tempo, não o tempo do relógio, o cronos, mas o tempo do coração, o kairós...e com este pensamento tive a nítida certeza do existir que não se termina, aliás é um contínuo fluxo criativo...e se sou parte disso, apercebo-me deste fato, então a existência passa a ser a dama de honra e dança num palco cósmico cuja eternidade reserva uma torrente de constantes transformações.
Com certeza sem mim o mundo continuaria a existir, mas seria muito diferente. Somos únicos e ao mesmo tempo diversos, a todo instante, modificamos o entorno. Somos causa e conseqüência e transcendemos a ambas. Estamos emprestados no aqui-agora, configuramos o tudo e o nada na mágica existencial. Embora vivamos num universo regido por leis em que nossos cientistas tão bem as explicitam, há certas lógicas que parecem esta além de qualquer compreensão, pelo menos a luz da razão humana. Talvez eu queira ser esse além terra, transformando-me em super-nova ou em lua cheia. Qual seria a fórmula do amor? Alguém já inventou? Os poetas, os pintores, os músicos expressam momentos de amor coagulados quando redescobrem o mundo.
Por: ACCO
Para responder esse questionamento é necessário muito mais que uma reflexão linear, como: continuaria sendo o que sempre foi com suas alegrias e mazelas. Na verdade, antes de qualquer coisa, é necessário me questionar quem sou para então adentrarmos num admirável mundo novo. Mas o paradoxo disso tudo é que de sã consciência não sei quem sou, quero dizer, em meu estado de razão humana não conseguiria responder tal pergunta.
Assim me vejo no limiar de mim mesma, entre a janela do tempo deste mundo interior e seu reflexo no mundo exterior. Ocorreu-me então, fazer a travessia da cidade de Rio Grande (onde moro) à São José do Norte (cidade vizinha onde a 30 Km da mesma tenho um sítio no Arroio do Inhame). Comecei a perceber o que estava a minha volta, intensidade de vida, cores, humores, sons, sensibilidades, fragrâncias múltiplas... Céu azul, nuvens algodoadas, pássaros, cheiro de maresia, um grupo de jovens escoteiros de no máximo 10 anos. A minha esquerda um senhor sentado no chão, pensando na vida. A frente uma jovem mãe com sua filha de no máximo 3 anos. Atrás de mim pessoas falavam qualquer coisa, gesticulavam, sorriam, ficavam sérias ou mesmo pensativas...E eu quem era? Consegui me ver através de todas essas dimensões, então poderia ser uma idosa, um recém nascido, a laguna, os peixes, a imensidão, mas em vez disso, sou o observador que neste exato segundo configura o tempo, não o tempo do relógio, o cronos, mas o tempo do coração, o kairós...e com este pensamento tive a nítida certeza do existir que não se termina, aliás é um contínuo fluxo criativo...e se sou parte disso, apercebo-me deste fato, então a existência passa a ser a dama de honra e dança num palco cósmico cuja eternidade reserva uma torrente de constantes transformações.
Com certeza sem mim o mundo continuaria a existir, mas seria muito diferente. Somos únicos e ao mesmo tempo diversos, a todo instante, modificamos o entorno. Somos causa e conseqüência e transcendemos a ambas. Estamos emprestados no aqui-agora, configuramos o tudo e o nada na mágica existencial. Embora vivamos num universo regido por leis em que nossos cientistas tão bem as explicitam, há certas lógicas que parecem esta além de qualquer compreensão, pelo menos a luz da razão humana. Talvez eu queira ser esse além terra, transformando-me em super-nova ou em lua cheia. Qual seria a fórmula do amor? Alguém já inventou? Os poetas, os pintores, os músicos expressam momentos de amor coagulados quando redescobrem o mundo.