Seria sem graça...

Assim como os grãos de areia sustentam o mar...

É minha vida...

Me componho de tudo que um dia vivi,

E assim...

Sigo a me alimentar, sigo a caminhar...

Meus olhos vibram quando vejo aquele lugar, que um dia,

Numa dessas datas de maio estive a passar.

Minha alma chora quando lembro-me das folhas que da minha árvore

partiram, deixando comigo um buraco em seu lugar.

Meu coração sente saudade quando lembro-me da minha infância, família reunida em volta da mesa, das brincadeiras...

Minha boca água, ao lembrar do paladar da comidinha gostosa da minha avó, minha saliva ainda sente o gosto do beijo de um antigo namoradinho.

Minha pele se arrepia quando sinto aquele cheiro, aquele, que

outrora jamais será esquecido, ficará impregnado no meu ser até o fim...

Os meus olhos transbordam e o meu coração aperta quando ouço a

melodia que marcou cada momento, levo comigo, uma trilha sonora de

sentimentos retratados em cada nota...

Os portões da casa abandonada cheia de flores,

Cheias de dores,

Cheias de amores,

Cheias de lembranças,

Se abrem...

Então entro devagar, respirando suave para não perder nem um grão da minha essência...

Sentindo a emoção de cada história bonita,

De cada história sofrida,

De cada história vivida,

Que não adianta, se eternizará.

Sou feliz por ter vivido de tudo um pouco, seria infeliz se tão tivesse

vivido nada, seria sem graça, não teria histórias para contar.

(( Camila Senna ))

Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 15/11/2010
Reeditado em 15/11/2010
Código do texto: T2616533
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