SAUDADE: A FLOR DAS MARÉS

Saudar os afetos vivos e os da outra margem é obter a primavera dentro das retinas do sol e pestanejar (cerrando as sanefas) ao final da tarde, quando a luz se aconchega nos lençois. Talvez sentir saudade dos espelhos da confraternidade, à hora em que a lua nasce com seus cacoetes, formas e espantos: vírgula e globo atirados ao firmamento, ao humor da astrologia e das marés. De óculos escuros – tímido – pra que a dor não delate a lágrima...

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/2615357