Vazio...

De alhos abertos no escuro do quarto, é como se o visse deitado ao seu lado na cama.

Parece ouvir seu roncar suave, constante.

Ainda sente impregnado nos lençóis, nas fronhas, nos travesseiros o perfume, o cheiro inconfundível do seu corpo.

Por momentos chega a sentir o sabor gostoso que só ele tinha.

Passa as mãos sobre o colchão delicadamente como fosse dele a pele.

Suas mãos pulsam como as batidas do coração. Abraçasse, enrolasse em seus próprios abraços, procurando sentir o mesmo calor do abraço dele.

Se pudesse não acordar.

Se a falta dele fosse apenas um sonho.

Nunca o quarto pareceu tão grande. O silêncio tão sufocante.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 11/11/2010
Reeditado em 10/12/2010
Código do texto: T2610214
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