Aqui estou eu

Me anime, me contagie, me incendeie

Alimente

A minha sombra, a minha luz, me ame ou me odeie

Aqui estou eu, um grão sobre a areia, uma sombra no escuro, um brilho entre as estrelas, um toque de maldade entre as pessoas. Confesso que eu não tenho vivido como deveria, não vejo diferença entre o que sou hoje e o que eu fui quando acreditei no que poderia ter sido. Eu sobrevivi e cresci, por muitas vezes caí e me levantei. Eu sorri, eu chorei e já não sendo mais quem eu fui, aceitei quem me tornei.

Aqui estou eu, um sentimento nublado em meio a um dia ensolarado, um andarilho entre pés flutuantes, um toque de realidade em meio a sonhos perdidos e roubados. Confesso que não sei onde estou ou para onde eu estou indo, eu apenas sigo em frente, sem pensar no que eu poderia ter sido, sabendo quem eu sou e principalmente quem eu não quero ser.

Aqui estou eu, um conto sem fadas, um andarilho sem rumo e sem ídolo, vivendo no escuro e sem libido. Um alguém que não fez a diferença por ser diferente, apenas se diferenciou por não ser igual. Um alguém a procura de si mesmo e mais ninguém... Um alguém que não perdeu a esperança e acreditando em si mesmo, foi além.

Me olhe, me enxergue, descubra quem eu sou

Entenda

Sou aquele que mais viu, por ser aquele que mais caminhou

(Loucuras de Milianos)

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Não sei com quem falo neste instante

Talvez um deus distante

Um naco de mim que adormeceu...

Uma luz ou um breu...

Sou a dualidade vestida em carne

O bem e o mal

Um deslocamento de idéias

Uma constante inconstância

Mi'a insana dança

Meu mais íntimo passo ensaiado

De mim a mim executado

Não sei o que sei

Apenas a mim aceitei

E se sou este breu num espaço ensolarado

Esta confusa profusão de sonhos emaranhados

Afirmo a bocca chiusa que vi demais

Afirmo porque caminhei pisando em meus risos e ais

Afirmo porque caminhei até meus pés não retornarem jamais

Calliope

(Sempre um prazer Calli, te admiro muito)