Serenidade, ainda que tardia!

A impressão é de que caiu um véu.

O véu que não me permitia enxergar a verdade,

a dura verdade.

Quero muito que esta impressão

tenha bases sólidas,

pois poder ver a realidade dos fatos,

longe de machucar,

liberta.

É uma sensação de quebra de correntes.

Correntes que me mantinham

presa a sentimentos que me inibiam,

me compungiam.

Sentimentos solitários, que por estarem sozinhos,

se perdiam na imensidão de mim.

Não encontravam eco,

não se realimentavam, daí,

o fim.

E que bom que este fim parece estar

se solidificando.

Não consigo sequer, imaginar que tudo

isso possa ser um blefe.

Penso que não.

Estou leve, e pela primeira vez, depois de muito tempo,

sinto-me senhora de mim.

Esta sensação é das melhores que alguém pode sentir.

Sentimento saudável, bom,

não é o que nos escraviza,

mas o que nos liberta, nos mantém com o controle

de nós mesmos, serenos.

Isto não quer dizer, que desisti do amor. Não!

Muito pelo contrário, só que agora sei o que esperar

dele, e o que esperar de mim.

E a mais importante descoberta: o grande paradoxo:

O amor tem que me preencher por inteira,

e precisa me fazer sentir livre como um pássaro,

para que eu possa continuar a cantar, a voar,

a experimentar a liberdade plena,

que nos faz sentir completos e nos permite

caminhar com a cabeça erguida, com serenidade

e de coração aberto pra vida e para os

relacionamentos.

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 11/11/2010
Código do texto: T2608696
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