Serenidade, ainda que tardia!
A impressão é de que caiu um véu.
O véu que não me permitia enxergar a verdade,
a dura verdade.
Quero muito que esta impressão
tenha bases sólidas,
pois poder ver a realidade dos fatos,
longe de machucar,
liberta.
É uma sensação de quebra de correntes.
Correntes que me mantinham
presa a sentimentos que me inibiam,
me compungiam.
Sentimentos solitários, que por estarem sozinhos,
se perdiam na imensidão de mim.
Não encontravam eco,
não se realimentavam, daí,
o fim.
E que bom que este fim parece estar
se solidificando.
Não consigo sequer, imaginar que tudo
isso possa ser um blefe.
Penso que não.
Estou leve, e pela primeira vez, depois de muito tempo,
sinto-me senhora de mim.
Esta sensação é das melhores que alguém pode sentir.
Sentimento saudável, bom,
não é o que nos escraviza,
mas o que nos liberta, nos mantém com o controle
de nós mesmos, serenos.
Isto não quer dizer, que desisti do amor. Não!
Muito pelo contrário, só que agora sei o que esperar
dele, e o que esperar de mim.
E a mais importante descoberta: o grande paradoxo:
O amor tem que me preencher por inteira,
e precisa me fazer sentir livre como um pássaro,
para que eu possa continuar a cantar, a voar,
a experimentar a liberdade plena,
que nos faz sentir completos e nos permite
caminhar com a cabeça erguida, com serenidade
e de coração aberto pra vida e para os
relacionamentos.