Sensações
Hoje é a tarde da tarde fria. Fria como o velejar dos barcos nas baías da capital. As velas encruadas letargicamente agitam-se num adeus incessante. As baías dormem encobertas pelo nevoeiro. O vento burla os segredos da noite que agora devora o dia. As casas gemem à passagem do vento. As aves traçam no céu os seus caminhos rumo aos seus ninhos. Tão sozinhas... A solidão parece se assentar bem ao dia. Estou só e sinto você. Meu corpo cessa o movimento. Espera o teu sorriso. Espera a tua mão. Nada se mexe. Nada acontece. Nada se exprime. Você se fez saudade quando desapareceu dos meus olhos no saguão do aeroporto. Tua boca. Meu murmúrio. Tua mão. O nosso adeus. A solidão contida no embarque em um avião. Teu último beijo enlaçou-se aos meus olhos. Será que você sabe quanto eu te quero? Quanto eu te amo? Pergunto ao frio lá fora. Nada me é dito. Somente as minhas sensações caminham de um lado para o outro. Volteiam ao redor do vento frio. Há um silêncio que morre naturalmente ao chegar aos meus ouvidos. As tardes frias hoje me lembram você. Talvez por ser a última lembrança tua. Talvez por que você tenha deitado junto ao meu coração em tardes e noites frias nas quais brincamos, nas quais nos amamos. Talvez por que eu te amo tanto e achei você lindinha vestida de esquimó. A toquinha do gorro do casaco que você nunca usou. Quando é que eu vou te dizer inconteste que eu te amo? Meu coração parece um macaquinho maluquinho. E a vida parece feita dos nossos momentos maluquinhos. Eu espero os dias que me levarão até você, assim como quem no inverno espera a primeira flor da primavera. Não fosse o caso e o acaso, que entre nós tem outro nome, eu veria contigo o despertar de uma nova primavera. Dois ou três dias, amor, me trarão de volta antes que a primavera possa beijar nós dois. Amor, vou colher a primeira flor da primavera que se encontrar comigo quando a primavera chegar e vou mandar para você. E os meus olhos mirarão os teus e os meus sonhos beijarão o amor contido no aroma da flor primeira. Quero sorrir o meu riso junto ao teu sorriso de menina. E abrir a janela e acordar o pássaro que se atrasou da madrugada. Em cada estrela vou vestir-me de esperanças. No silêncio dos teus passos vou supor os meus caminhos. Na manhã quente e aflita onde o ar é pura espera a vida me trará você linda e tão bela. Seus seios nus, seu beijo quente. Seu corpo me sorrindo esquecendo a longa espera. Na manhã quente e aflita vou abrir todas as janelas e lavar meus sonhos por que o meu amor chegou e é a mais bela entre as mais belas. O céu, de um azul novinho, há de ser um só espanto quando se vir no encanto dos teus olhos. Os dias me encaminham para ti. Para nós. E quando o sol nascer em uma manhã de Fortaleza eu, meu amor, hei de dizer, de dentro da alegria do meu sentimento, meu grande amor eu só sei amar você.
Hoje é a tarde da tarde fria. Fria como o velejar dos barcos nas baías da capital. As velas encruadas letargicamente agitam-se num adeus incessante. As baías dormem encobertas pelo nevoeiro. O vento burla os segredos da noite que agora devora o dia. As casas gemem à passagem do vento. As aves traçam no céu os seus caminhos rumo aos seus ninhos. Tão sozinhas... A solidão parece se assentar bem ao dia. Estou só e sinto você. Meu corpo cessa o movimento. Espera o teu sorriso. Espera a tua mão. Nada se mexe. Nada acontece. Nada se exprime. Você se fez saudade quando desapareceu dos meus olhos no saguão do aeroporto. Tua boca. Meu murmúrio. Tua mão. O nosso adeus. A solidão contida no embarque em um avião. Teu último beijo enlaçou-se aos meus olhos. Será que você sabe quanto eu te quero? Quanto eu te amo? Pergunto ao frio lá fora. Nada me é dito. Somente as minhas sensações caminham de um lado para o outro. Volteiam ao redor do vento frio. Há um silêncio que morre naturalmente ao chegar aos meus ouvidos. As tardes frias hoje me lembram você. Talvez por ser a última lembrança tua. Talvez por que você tenha deitado junto ao meu coração em tardes e noites frias nas quais brincamos, nas quais nos amamos. Talvez por que eu te amo tanto e achei você lindinha vestida de esquimó. A toquinha do gorro do casaco que você nunca usou. Quando é que eu vou te dizer inconteste que eu te amo? Meu coração parece um macaquinho maluquinho. E a vida parece feita dos nossos momentos maluquinhos. Eu espero os dias que me levarão até você, assim como quem no inverno espera a primeira flor da primavera. Não fosse o caso e o acaso, que entre nós tem outro nome, eu veria contigo o despertar de uma nova primavera. Dois ou três dias, amor, me trarão de volta antes que a primavera possa beijar nós dois. Amor, vou colher a primeira flor da primavera que se encontrar comigo quando a primavera chegar e vou mandar para você. E os meus olhos mirarão os teus e os meus sonhos beijarão o amor contido no aroma da flor primeira. Quero sorrir o meu riso junto ao teu sorriso de menina. E abrir a janela e acordar o pássaro que se atrasou da madrugada. Em cada estrela vou vestir-me de esperanças. No silêncio dos teus passos vou supor os meus caminhos. Na manhã quente e aflita onde o ar é pura espera a vida me trará você linda e tão bela. Seus seios nus, seu beijo quente. Seu corpo me sorrindo esquecendo a longa espera. Na manhã quente e aflita vou abrir todas as janelas e lavar meus sonhos por que o meu amor chegou e é a mais bela entre as mais belas. O céu, de um azul novinho, há de ser um só espanto quando se vir no encanto dos teus olhos. Os dias me encaminham para ti. Para nós. E quando o sol nascer em uma manhã de Fortaleza eu, meu amor, hei de dizer, de dentro da alegria do meu sentimento, meu grande amor eu só sei amar você.