DENTRO DE MIM

Dentro de mim tanta voz contida!

Gritos, lágrimas, risos também, sussurros,

dentro de mim há morte, negra, invencível,

mas, há também a inescrutável vida!

Mas ao clarão de luar solene,

um clarão de mistério se mistura,

é... dentro de mim, há berço e sepultura!

O ódio que espuma e não extravasa,

o amor que nada diz, mas tudo fala,

há dentro de mim um mundo insano,

a fera louca, e a doçura do humano.

Sou eu, negra imagem das paredes nuas

sou eu o sol, o mar o vento,

apenas sou, porque fui feito,

sou alegria sou desalento.

Depondo as armas como velho guerreiro,

nada mais quero deste mundo profano,

a não ser um apenas um olhar,

nem que seja o derradeiro,

de amor, de entrega, como antes,

desses seu olhos transparentes

que só num olhar me dá o mundo inteiro!

Arabela Figueiró
Enviado por Arabela Figueiró em 10/11/2010
Reeditado em 10/11/2010
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