[À Espera de...]

["Lá", fica longe, tão longe...]

Cansado, troncho,

resfolego na subida,

e, de fôlego cortado,

mal respiro na descida...

De "lá" venho eu, assim...

e p’ra "lá", não sei se volto!

E ainda a "esperar da vida",

O quê, o quê, quando, onde...

Ara, uma sandice à-toa,

ou reles manifestação de ingenuidade...

No mínimo, faltou-me alguma

cuidadosa leitura a mais de Filosofia...

Eis o mote já antigo:

“o homem se define pelos seus atos”!

Fazer, fazer, agir, agir, fazer...

- se me tivessem ensinado

estes verbos desde cedo,

certamente o verbo "esperar"

nunca faria parte do meu

repertório de sandices...

Mas assim como sou,

eu sou dos tais que ainda "esperam"...

Sou um tonto mesmo:

eu espero até mesmo para ver

uma flor completar a abertura,

ou uma florada tornar-se em frutos...

E depois, espero os frutos amadurecerem;

recentemente, foi assim, com as pitangas...

A minha ingenuidade é tanta

que eu até espero, um dia,

voltar àquelas nossas manhãs,

voltar a sentir a saciedade do corpo,

naquela suave plenitude do amor...

Estou à espera, pois...

[E dou por bem avisado:

Outro de mim ri-se de tudo,

dá largas à ironia salvadora!]

[Penas do desterro, 08 a 10 de novembro de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/11/2010
Reeditado em 21/11/2010
Código do texto: T2607265
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.