[À Espera de...]
["Lá", fica longe, tão longe...]
Cansado, troncho,
resfolego na subida,
e, de fôlego cortado,
mal respiro na descida...
De "lá" venho eu, assim...
e p’ra "lá", não sei se volto!
E ainda a "esperar da vida",
O quê, o quê, quando, onde...
Ara, uma sandice à-toa,
ou reles manifestação de ingenuidade...
No mínimo, faltou-me alguma
cuidadosa leitura a mais de Filosofia...
Eis o mote já antigo:
“o homem se define pelos seus atos”!
Fazer, fazer, agir, agir, fazer...
- se me tivessem ensinado
estes verbos desde cedo,
certamente o verbo "esperar"
nunca faria parte do meu
repertório de sandices...
Mas assim como sou,
eu sou dos tais que ainda "esperam"...
Sou um tonto mesmo:
eu espero até mesmo para ver
uma flor completar a abertura,
ou uma florada tornar-se em frutos...
E depois, espero os frutos amadurecerem;
recentemente, foi assim, com as pitangas...
A minha ingenuidade é tanta
que eu até espero, um dia,
voltar àquelas nossas manhãs,
voltar a sentir a saciedade do corpo,
naquela suave plenitude do amor...
Estou à espera, pois...
[E dou por bem avisado:
Outro de mim ri-se de tudo,
dá largas à ironia salvadora!]
[Penas do desterro, 08 a 10 de novembro de 2010]