[Eu não Alcanço a Lua]

A tarde cai,

o tempo tomba,

os olhos se fecham,

o escuro desce...

E eu nem estou triste,

estou apenas sorrindo,

por dentro sorrindo,

e querendo saber,

sem razão de saber,

onde foi que eu me perdi?

O sol de quase dezembro,

minha camisa rasgada,

as unhas na minha carne,,,

onde estou eu?

Já nem importa,

esta pinga esta cerveja...

E um velho armário

onde eu pudesse, seguro,

me meter e ouvir o escuro

da noite piar fino, fino...

Meus medos tremem, se borram,

eu não, eu vou em frente...

Brejo de taboas e saracuras

fazem-me a festa - quem,

quem sou eu? E morro de rir...

[Penas do Desterro, 9 de novembro de 2010]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 09/11/2010
Reeditado em 21/11/2010
Código do texto: T2606391
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