[Eu não Alcanço a Lua]
A tarde cai,
o tempo tomba,
os olhos se fecham,
o escuro desce...
E eu nem estou triste,
estou apenas sorrindo,
por dentro sorrindo,
e querendo saber,
sem razão de saber,
onde foi que eu me perdi?
O sol de quase dezembro,
minha camisa rasgada,
as unhas na minha carne,,,
onde estou eu?
Já nem importa,
esta pinga esta cerveja...
E um velho armário
onde eu pudesse, seguro,
me meter e ouvir o escuro
da noite piar fino, fino...
Meus medos tremem, se borram,
eu não, eu vou em frente...
Brejo de taboas e saracuras
fazem-me a festa - quem,
quem sou eu? E morro de rir...
[Penas do Desterro, 9 de novembro de 2010]