Há que não vacilar...
E quando amar fazer do amor integralidade,
Para si amar inconformadamente,
Para o amor garantia de exclusividade.
Em doses que não faltem,
Nem façam derramar.
E quando amar, fazer amor completamente,
Entre corpos, avidamente,
Entre almas: delicadamente,
Fazer amor com coração escancarado,
Janelas e vento convidados,
Luas e sóis cúmplices enredados,
Amor, no corpo, na pele, no cheiro, na mente...
Para que o amor não vacile, todo dia, um recomeçar,
Cada instante uma inovação vivenciar, com o mesmo amor,
Um novo amar...
Um jeito novo de dizer,
Um gesto inédito de fazer,
A palavra original a escrever,
Um olhar diferente a conceder...
Nada que possa ser o mesmo, sempre primeiro re-conhecer...
E se ainda assim ele parecer dar um vacilo?
Jogue fora os velhos conceitos e conselhos,
Amarras e correntes,
Ponha-se ao mar em novo navegar,
Aventure-se,
Beba na fonte,
Transpirar inesgotável,
Derramar rios de lágrimas e suores,
Total desvelo que seja ao amar,
Fome que não sacia,
Prece que angustia,
Fogo que nunca cessa,
Deixe um louco de amor em ti habitar...
Afinal,
O amor não pode vacilar...
E depois de tudo,
Ao acordar, todos os dias, declare seu amor com a própria existência,
Viva para isto.
POE de 08 de novembro de 2010,
Laboratório de Criações Coletivas do RL, MOTE: “Quando o amor vacila.”