AFINADOS II
Esqueci de dizer-te: És meu desejo secreto (Elyane)
Nada concreto, mas prefiro o abstrato
Extrato de sentimentos fracos, forte é teu olhar
Deixa-me extasiada, de pernas pro ar
Deixa-me suspirando, imaginando, a voar
Em delírios de paixão, lascivos e gulosos
Uma epifanía de corpos, em transe, gostosos
Enlaces, abraços e carícias colossais (Elyane)
Desejos e peles de pétalas, aveludadas
Demarcadas, côncavos e convexos em sintonia
Meu imaginar é ilimitado, é minha alforria
E nossa simetria está nessa liberdade sensual
Libertinagem sexual, transcendental...
Ai...! Como eu te quero... Afinal...
De certo é que meu desejo ao seu se junta (arqueiro)
Somos carnes em completa devassidão
Almas leves em comunhão
Desejos a flor da pele sempre
Suaves suspiros de toques nessa imensidão
Sinto teus desejos juntos aos meus
E formamos nossa total rota de paixão
Beijos são dados sem pressa (arqueiro)
Mãos que acariciam os rostos um do outro
Pernas por baixo da mesa se roçando discretas
E no entorno nada mais observamos acontecer
Criamos um mundo sem escalas, sem medidas ou regras
As caricias se acaloram e nosso sentir é pela entrega
Um ao outro, sem culpa ou medo, sem palavras ou gestos
Somente o sentir desse aconchego, que nos trouxe aqui
Para deixarmos de nós fluirmos, essa loucura que nos alegra...
As unhas a me arranhar a pele arrepiada (arqueiro)
Você me deixando sentir o quão estás doce
E ao mesmo tempo louca e excitada
Nossas respirações fumegantes em disparada
Delírios de uma noite de chuva, ou será um sonho apenas
Beijo teus lábios com volúpia
Sentes a minha língua gelada
Enrolada à tua, num bailado diferente
Tudo em volta petrificado
Como só existindo nossos corações acalorados
Desejos partilhados, de corpo e de mente...
E quando acordarmos deste sonho algumas coisas restarão (Elyane)
Lembranças inebriantes de uma noite de paixão
O gosto de saudade no corpo, na boca uma eterna sensação
De que como num tornado ou vulcão, entramos em ebulição
Houve química, um duo de transmissão, houve rompante
Já não importa se foi sonho ou realidade, nossos semblantes
São de almas que se amaram, se fatigaram, fomos amantes
Jamais esquecerei de tua pele, teu toque, nossa dança ofegante
Nunca fui amada dessa forma, ainda que em sonho, como nunca antes...
Posso ainda senti-lo coeso em mim, sem vontade de sair
Beijando-me delicadamente, nossa pele, nossos olhares, elixir...
Aromático, doce, forte, que me apraz, dentro de mim, me satisfaz, teu fluir...
Prosa Poetica em Dueto com a Doce Elyane Aguiar