QUE PENA

Não sabem eles o premio que é

Ignoram na obsolescência de teses nuvenlescas

Que o simples quando executado em companhia

Supera em valor e significado o que por palavras se ditam.

Assim é quando se reconhece a importância da luta

E sabendo que de nada valem palavras ditas a esmo

Sai à rua a massa porque é com ela que se conquista

E quando se tem consciência desse coletivo

Nem os mais tirânico de espada à mão e protegido por muralhas

Ousará pôr-se à frente da fortaleza humana

Que é todo aquele que luta e enfrenta junta dos seus.

A esses não escondo minha admiração

Sou-lhes em demasia grato e os reverencio

Não com a referência dos falastrões e oportunistas

Mas com a admiração do respeito porque lutam

E contrariando teses tecidas nas academias e propagadas

Essas não descrevem com exatidão a experiência vivida.

E se a súcia há séculos se sacia as expensas do povo

Não devemos negar que outros tantos resistiram

E ainda que não viveram ante as mais horrendas torturas

Na minha infinita gratidão confesso que não exprime o que sinto

Porém garanto mesmo que não acreditem, que não lhes virei às costas

E reconheço que hoje somos devedores da luta que travaram.

Assim entendo que é de pequenos passos que se faz a caminhada

E àquele que nivela com régua torta as lições deixadas

Não inovam, ao contrário reproduzem de modos diferentes

E como numa roda gigante, voltamos ao mesmo ponto.

Que pena.