DESABAFO DA ARTE
Existem momentos na história quais ultrapassam a razão humana, coisas cuja perfeição vai além do ser em questão, situações onde o homem não se encontra e que não há uma “determinada” resposta.
O que faz da arte a criação mais sublime de um ser em existência, é a sua pluralidade de significados, interpretações e emoções causadas.
A maior dádiva em poder ser humano, é a sua eterna imperfeição. Por ter este como seu principal aspecto, ele passa grande parte da vida buscando compreender-se e aos outros, ele falha.
A arte é o reflexo do ser, tão comum a ele que se confunde. Nunca se sabe se faz parte (compõe o ser em si), ou se é o próprio traduzido em matéria.
Ela é extremamente complexa, pois a cada ângulo observada há uma diferente visão. Se observada mais de uma vez, novos pontos de vista serão estabelecidos, mas nunca, nunca deve ser compreendida, pois já nasceu imparcial, mesmo que a si pareça tendenciosa, deve, somente, ser amada, contemplada e aplaudida.
Na minha pobre compreensão da arte das letras, descobri o valor que existe na arte como arte, imperfeita, complexa, plural, espelho incondicional da alma, forma obtusa do obtuso, eternidade na mortalidade, constante paradoxo do plano real e virtual.
Não machuquem a arte! Estarão machucando a si mesmos, arruinando a própria cultura, a prova de sua existência. A arte não é minha, nem sua, é de todos para todos.
Bebam minhas lágrimas, porém não cuspam na essência!