Apenas um tempo para pensar.
Uma pequena pausa. Um pouco longa demais.
E nada mais fez sentido na retomada do pensamento.
O silêncio do momento me veio como uma vertigem,
podendo ouvir as batidas do coração no lado de fora do peito,
enquanto, sem outro jeito, a mente se organizava...
Um segundo apenas, mas fulgurante,
que acabou feito um ruído no céu...
Ou num olhar de mulher, ora bondosa, ora má...
O flutuar de uma folha seca
caindo no abafador de chá.
"Imagino-te, amado, estendido sobre meus lençóis...
Entre as minhas luas e os teus sóis...
Cansado e silencioso. Olhando-me, enquanto fuma um cigarro.
Desejoso, apagando-o no cinzeiro mais próximo...
E depois de diminuir a luz, verás em teus sonhos, amado,
essa moça de seios fartos, pesar sobre ti o próprio corpo,
que um dia puseste de lado por um outro querer.
Mas serei eu, amado, até o final dos teus dias ao teu lado...
para matá-lo, vagarosamente, de tanto prazer."
Nesse nosso maravilhoso precipício...
Chamado amor...
Magnífico, realmente magnífico.