Apenas um tempo para pensar.

Uma pequena pausa. Um pouco longa demais.

E nada mais fez sentido na retomada do pensamento.

O silêncio do momento me veio como uma vertigem,

podendo ouvir as batidas do coração no lado de fora do peito,

enquanto, sem outro jeito, a mente se organizava...

Um segundo apenas, mas fulgurante,

que acabou feito um ruído no céu...

Ou num olhar de mulher, ora bondosa, ora má...

O flutuar de uma folha seca

caindo no abafador de chá.

"Imagino-te, amado, estendido sobre meus lençóis...

Entre as minhas luas e os teus sóis...

Cansado e silencioso. Olhando-me, enquanto fuma um cigarro.

Desejoso, apagando-o no cinzeiro mais próximo...

E depois de diminuir a luz, verás em teus sonhos, amado,

essa moça de seios fartos, pesar sobre ti o próprio corpo,

que um dia puseste de lado por um outro querer.

Mas serei eu, amado, até o final dos teus dias ao teu lado...

para matá-lo, vagarosamente, de tanto prazer."

Nesse nosso maravilhoso precipício...

Chamado amor...

Magnífico, realmente magnífico.

AURORA ZANLUCHI
Enviado por AURORA ZANLUCHI em 29/10/2010
Reeditado em 06/11/2011
Código do texto: T2586154
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