Toda a vez que desejo

Desejo ter quem não me quer, como sina dita minha, que enaltece a dor que sinto, toda a vez que desejo

que quero

que me entrego sem querer.

Todas as vezes,

são vezes de esquecimento, em que há calor e olhar,

tensão melódica no ar

que desabrocha numa flor morta,

sem cheiro,

sem sabor.

É sempre o mesmo percalço: o olhar baço e falso, que mente em plena alvorada. E como me guardo

me protejo, sou vítima do meu próprio ensejo, que me grita

que me fala: É um Beijo!

E nesse mesmo instante fica a dor que seguiu a anterior - que morta, ressuscita - tornando-se numa!

Madalena Castro
Enviado por Madalena Castro em 28/10/2010
Código do texto: T2583256
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