Toda a vez que desejo
Desejo ter quem não me quer, como sina dita minha, que enaltece a dor que sinto, toda a vez que desejo
que quero
que me entrego sem querer.
Todas as vezes,
são vezes de esquecimento, em que há calor e olhar,
tensão melódica no ar
que desabrocha numa flor morta,
sem cheiro,
sem sabor.
É sempre o mesmo percalço: o olhar baço e falso, que mente em plena alvorada. E como me guardo
me protejo, sou vítima do meu próprio ensejo, que me grita
que me fala: É um Beijo!
E nesse mesmo instante fica a dor que seguiu a anterior - que morta, ressuscita - tornando-se numa!