A única Certeza
...alguma coisa sobre MORTE
Há uma semana, perdi uma tia querida em um acidente inesperado. A morte veio, como sempre faz, inundou todos os espaços ao ponto de transformá-los em nada. É interessante perceber como tudo perde a importância diante da morte.
Não há preocupação com chegar atrasada ou sair mais cedo do trabalho; com o tipo de roupa para vestir; com a conta que ficou sem pagar, ou a luz que foi esquecida ligada. Tudo estaciona, fica estático. Todos os sentimentos são dominados pela perda, pelo vazio, pelo silêncio, agora crescente, da falta do ente querido.
A morte chegou e trouxe uma saudade adormecida, de uma pessoa querida, mas que aos poucos acabamos perdendo o contato. É engraçado como inconscientemente vamos deixando tudo para depois, fazendo de tudo para acreditar que teremos sempre tempo. Mas tempo é um “bicho” em extinção quando se refere à vida.
A morte se faz como certeza para todos que nascem. E mesmo com essa certeza dominante, a dor é inexplicável, incontrolável, indescritível...
Tx. de Freitas - BA, 28 de outubro de 2010