A MEDITAR



Estou cansada, sem esperanças
Estou perdendo a fé,
Estou de alguma forma pouco a pouco
Tornando-me indiferente a tantas coisas
Que às vezes até me desconheço.
Estou tentando de todas as formas
Evitar sofrer, mas isto não  é lá muito fácil...
Gostaria de esquecer que tenho um coração
Queria esquecer até que já amei...
Queria esquecer de mim, esquecer que sou
Um ser mulher, um ser humano...
Ainda que por algum tempo,
Sentir-me simplesmente um ser vivente;
Quem sabe assim não tivesse mais
Que alimentar ilusões, esqueceria de sonhar
E me tornar indiferente até ao sofrimento.
Assim, não sentiria essa dor que vez por outra
Dói até sangrar o peito que silenciosamente grita.



Brasília, 27/10/2010