O anjo

O Anjo

Areia nos pés descalços, gelada entre os dedos, as arvores deitam rendendo-se ao vento, solitário, a tocar a aguda melodia do vazio, ao som do assovio a verdadeira voz do silencio, as flores cinzas não significam nada agora, muito menos as formigas que as devoram, multiplicando-se, pestes alucinadas, ervas daninhas, devastando a superfície... No raio um reflexo que de tanta luz entorpece, a brisa ergue os poucos cabelos que restam, os pássaros cantam seguindo a simplicidade da rotina, as águas unidas em corredeiras se lançam das alturas sem medo ou conseqüências, posso ouvir os gritos ao chocar as pedras... quem é o animal agora? O suficiente já não é o bastante, não temos asas e me parece um belo dia para voar ‘’o mais alto e mais azul que puder’’ se a paz esta no ar, esta decidido, crie asas, seja o vento... pule... liberte-se..simplesmente pule...

Adriano A

Adriano Allves
Enviado por Adriano Allves em 27/10/2010
Reeditado em 31/10/2010
Código do texto: T2580644