Diarréia: cada coisa no seu lugar
Há dias de escrever, ler, pensar, meditar, fazer nada
Há dias que a cabeça cansada não vai além do óbvio
Dias de teto baixo, reminiscências...
Há dias de aflorar lembranças ruins
Em dias assim, eu me isolo
Faxino o subsolo, realinho conteúdos
Tomo consciência, troco em miúdos e
Decido o que fazer com resquícios de traumas
Pra não deixar que contaminem a m’alma
Inventei métodos.
Creio que absolutamente tudo é matéria, e ocupa lugar
Olhando-as de frente começo a nomear
Há dias que bom mesmo é ter uma diarréia
E colocar cada coisa no seu devido lugar.