MAGNÓLIA BRANCA E TROPICAL
 
 
A inefabilidade do amor.
 
 
 
Senhora muito amada, hoje com muita humildade e rara elegância, eu pretendo deixar escrito no caminho da minha vida, esses simples e mal chamados versos que se levantam da minha alma, porque tu os ressuscita.
É verdade que sinto dificuldades, em descrever a natureza desse sentimento blandicioso que me consome por dentro. É difícil encontrar na língua mater, uma nomenclatura inteligível que defina com propriedade a singularidade desse amor. É um fogo que arde, mas não consome. É uma ansiedade ou um desequilíbrio que me queima de desejos, principalmente, quando em ti estou concentrado.
Amo o pedaço de lua que orbita e envolve o teu lindo corpo. Nele, eu navego pelos sulcos de vida, aonde corre silente, entre pelos loiros, todas as minhas escunas ligeiras carregadas de carinho e muito amor.
Minha linda senhora, minha bela, minha encaracolada castanha despenteada, por essas lindas e negras trepadeiras, eu vou subir num raio de luz até alcançar a tua imensa boca. Ah, minha querida amada, quanta solidão, quanto sofrimento e quanta ausência sentida, até chegar a ti com o meu primeiro e despretensioso beijo. Meu Deus, o teu corpo é uma tessitura de inebriante carne, e, em seus tercetos e quartetos perfumados, eu extraio cuidadosamente com as ferramentas das minhas mãos, prazeres indizíveis, canções loucas de amor. Todas envoltas num cacho louco de esperança, que colho em teu belo corpo com as minhas mãos petaladas de carinhos.
Minha bela, nesse verão que se aproxima e que é a estação dos enamorados; eu ornamentarei com requintes florais e toda a pompa o teu lindo corpo, com uma profusão de pétalas silvestres naturalmente aromatizadas. Depois, alucinado por um êxtase profundo de amor, percorrei beijo a beijo, toque a toque, carinho por carinho, pretendendo afastar as pétalas, para chegar hipnotizado de amor no teu porto seguro de carícias.
Senhora amada que muito me apraz chamar-te de Denise, nos meus sonhos, antes de te conhecer, eu divisava o teu belo corpo ornado com duas robustas luas que carregavas orgulhosa no peito. Mas, agora, quando contigo estou, assombro-me com as carícias que devoto por duas doces e pequenas amoras novas, eriçadas e intumescidas de pleno amor.
Juro-te minha linda senhora que, com as 68 taboas da minha pobre existência, eu ainda construirei com muita paciência e sofisticada arquitetura, uma pequena e rústica cabana, para que possas descansar esses teus lindos olhos que amo tanto. O meu orgulho é maior do que uma campina sideral, por poder te oferecer singelamente esses pequenos versos que, agora, voam todos vaidosos para ti.