MINHA SOMBRA, MEU MEDO, MINHA CURA
Já tentei trazer à luz todos os receios desta vida. Contudo, o dia é curto e o tempo é ágil.
Para vinte e quatro horas do meu dia, tenho enormes doze de escuridão e outras doze perseguido por uma força sombria.
Eu não posso parar, nunca posso parar ou teus versos negros irão ludibriar-me. Tenho que correr para não ser envolto por tuas artimanhas, estas sujeiras são tuas e mesmo que faça parte de mim, não devo deixar-te controlar meu espírito.
Pobre sombra, consumidora dos meus pecados, és carrasco, prisioneira e prisão. Posso confiar em ti, sabes meus, tão profundos, segredos e não me denuncias. O teu fado permite-me brilhar no escuro, a tua podridão é minha imensidão.