Saudades
Ah, eu tinha tantas saudades. Saudades dos bons tempos, saudades dos desafios, saudades das inimizades claras e expostas entre um trago e outro de uísque.
Sim, sinto uma falta amarga dos momentos peculiares, dos hormônios expostos em telas, dos orgasmos contidos, da minha besteira, do teu amor bucólico.
E levando-me nesses pensamentos, viajo por entre as linhas, relembro os maços e acordes, tento voltar ao teu passado, mas tudo se faz inútil, tudo se vai lentamente.
E essas saudades hoje me traduzem um sentido mais exato da vida. Retratam-me a dor da perda, ensinam-me o preço do desamor premeditado, me deixam à margem de mim, pois fui infiel, pois deixei-te só...
Ah, eu tinha saudades...
Saudades de ter saudades,
vontades de ainda ser teu.