AI, PODER OUVIR A VOZ DA TUA GUITARRA, AMIGO!
Que daria eu de mim, da minha vida, para ter o direito, por minutos, que fosse, de ouvir a voz da tua guitarra, a voz da tua guitarra, Amigo? Ouvi-la a tocar o fado a fazer ecoar todos os fados por mim dentro, adentro. Ouvi-la, a tua guitarra, por teus dedos, em parcos minutos que fossem e esses parcos minutos apagariam milênios-silêncios feitos de dor, de perplexidades, de solidão, de perambulações pelos nadas, pelos ermos do mundo ermo, desde que fomos ambos forçados, pela vida, pelo mundo, pelos todos destinos, a abdicar do nosso Paraíso.
Zuleika dos Reis, na manhã de 23 de outubro de 2010