Flor
Não fiz por mal, apesar de minha consciência ainda dizer que eu devia ligar. Sou homem, sou fraco... Tanto tempo levei tentando conquistá-la. Ela, linda, na flor de seus quinze anos, cristã, aluna daquele colégio normal. Aquela sainha me enlouquece, aquela face meiga me incita o desejo no resto, o corpo lânguido, ainda em formação, suscita minhas carícias. Era um desafio e isso fazia-me obsessivo. Conquistei-a, apaixonou-se, percebi não ser tão ingênua quanto previa, mas seu olhar singelo, sua pele macia, seu corpo trêmulo, os seios pequenos, o sorriso angelical... Era uma flor, intacta, cálida, pronta pra despetalar-se em bem-me-quer. Apenas para o meu deleite, naquele quarto derramou sua última gota de infância. E eu saí, deixando um cravo de sangue nos lençóis.