OUTRA QUALQUER

Não se pode dormir com um barulho desses e eu quero brotar pro sol amanhã bem cedo para dedilhar no vento uma canção macia, beber a beleza do dia , espanar poeira das velhas gavetas (de guardar tranqueiras,) arrumar a casa e consumir com todas as certezas.

Vou embalar essas vozes numa canção de ninar sol poente; vou calar todos os versos; dormir sobre o telhado feito gato e lamber estrela cadente. Amanhã, bem cedo, serei qualquer outra nas tramas de algum poema.

Ana Másala
Enviado por Ana Másala em 22/10/2010
Reeditado em 22/10/2010
Código do texto: T2571217