Bicho-da-Seda
Porque só eu tenho de me sentir imerso nas vagas deste
amor? Se tu nem está aqui.
Porque? Me diz, Porque?
Porque raios a modinha me embala e me faz ter lembrança de
mim – criador – nos momentos em lugar vivido pelas minhas crias.
Crias! Ah! Belas crias! Semeadas no ventre das idéias tal
qual a loucura.
Geradas junto ao prazer masoquista que o drama provoca em
minhas carnes cheias de ímpetos.
Crias mais vivas que tu! Que nasceste de uma alusão de
perfeição, que não! Não era para mim, não.
Porque? Me diz, Porque?
Essa chama me consome como se eu tivesse tido asas, fosse
de seda e não me chamasse Borboleta.
“Vai, Mario, pousa!” Mas que disparate! Nem sou mariposa!
Luan Silva, 21/10/2010