Faróis na Escuridão
... Despertei naqueles olhos verdes que fitavam-me profundamente.
Aquele olhar que cintilava um verde translúcido era a resposta a todos os questionamentos. Se havia ainda qualquer resquício de dúvida, aquele olhar que me expunha a alma determinava que tudo seria como sempre foi, bastando apenas silenciar e aceitar. Aceitar, cuidar, cultivar, amar.
Aquele par de turmalinas, raros, caros, pacientes, piedosos, não sei se louca ou sensatamente apaixonados sempre devolvem-me à realidade, alvitram-me que o chão, apesar de sufocar-me é muito mais seguro.
Então, aprendo a respirar na superfície e desato os balões para que se soltem e tomem suas direções, sempre tomando o cuidado para enrolar nas pontas dos dedos as pontinhas das amarras, para que me retornem no momento em que eu julgar necessário.
Na segurança guiada pelos verdes e resplandecentes faróis guardo as pétalas que vão caindo, sutilmente enlaço os balões e apago a luz.