RUMO INCERTO
Chagaspires
O vento forte que vem lá das bandas do mar provoca arrepio.
A folha do coqueiro quase que toda dobrada parece lutar com o vento que inconseqüente fustiga as palhas querendo arrancá-las.
A areia corre por sobre a praia em desalinho formando aqui e ali pequenos redemoinhos que parecem estranhos caracóis na brancura da manhã.
A procela encapelada uma a uma vem debruçar-se sobre a areia para logo depois transformar-se em bolhas sonoras e se desmanchar.
O sol tentando despontar na paisagem luta com o nimbo querendo aparecer no cenário multicor.
A jangada singra mar adentro levando o jangadeiro que como sempre cheio de esperanças, parte logo cedinho a procura do tão almejado sustento.
São cinco horas de uma manhã de outubro e assim desperta a humanidade e segue seu rumo incerto.