Ainda tenho um amanhã
Antes do fim de todas as coisas
E ainda sei muito bem do fim
A eternidade não está em mim
Mas no pouco ou muito que deixo de mim
Pouco importam minhas palavras repetidas
E sim o motivo de elas sempre se repetirem
Sempre abismo, deserto, distâncias, estradas
Solidão, silêncios e horizontes, madrugadas
Ah! Os horizontes... Todo mundo já viu horizontes
Mas quem é que já foi ou pode ser um horizonte?
Tristeza? Ah! A mestra de toda a minha vida
É triste, não? Falas com todos, menos comigo
E é triste eu falar com qualquer um, menos contigo...
Triste mesmo saber de tudo e entender e não aceitar
Porque não acabou ainda tão cedo o tempo de lutar
E ninguém ainda me matou
E nem foi capaz de matar em mim
Uma absurda capacidade de ser e ir adiante
A teimosia de acreditar tanto em horizontes
E muito menos de matar em mim a palavra que se repete
Nem esse meu olhar para esses tais horizontes...
E ainda tenho um olhar para um amanhã
Um olhar para o antes do fim de todas as coisas!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 11/10/2010
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T2551278
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