O VÔO DA LIBÉLULA
Chagaspires
Acostumada a vagar pelos campos livre e solta a pequena criaturinha aproveitava a manhã ensolarada para se deliciar com o que a vida lhe oferecia.
O cheiro das campinas, o vento a roçar em suas asas, o brilho do sol atravessando as folhas do arvoredo; o canto dos pássaros, o barulho da cachoeira, tudo encanta e seduz.
A sensação de liberdade invade seu diminuto coração causando um torpor quente e preguiçoso.
Seu espírito alimentado pelo calor do dia leva a imaginação para lugares longínquos.
A curiosidade aguçada pela mente desocupada aumenta a vontade de conhecer novas paisagens e quase sem perceber vai adentrando por lugares desconhecidos, se deixando levar pelo sabor da corrente.
De repente o fascínio pelo inusitado a faz ir de encontro a um obstáculo transparente. Era a vidraça de uma janela que detém a sua trajetória.
Alucinada e inconseqüente ela luta para se desvencilhar daquele empecilho. E quanto mais se debate, mais a situação se complica.
Percebendo que a transposição é quase impossível e num farfalhar inútil e constante, a pobre libélula termina caindo extenuada pela luta empreendida; e despercebida do risco mortal se emaranha na teia traiçoeira e viscosa de uma aranha sabida.
Moral da estória.
“Quando não nos contentamos com o que DEUS nos oferece, com certeza esbarraremos no imprevisto”.