Café, cigarros e uma pitada de blues
Nunca gostei de café muito amargo, ele parecia me cansar mais, o líquido acabava o gosto continuava permanente. Aquele gosto de depois queimando a língua.
Nunca gostei de pessoas muito amargas, elas me transbordam, me gastam, deixam aquele gosto mordaz, aquela falta de simplicidade, meus olhos quase se fecham.
Meu café sempre foi meio chafé e você pode imaginar como.
Meus cigarros sempre foram picados, comprar um maço define por demais.
Meu blues, esse muda constantemente, sinto com ele, me respaldo, me crio. Minha depressão sempre foi crônica e a minha esperança tem tons acinzentados, esperando pelo próximo chafé, a próxima tragada, a próxima paixão. E os olhares cansei de sustentar.