NOTAS DO TÉDIO II

Tédio (lat taediu) sm 1 Desgosto profundo.
2 Enfado, fastio.


Amanhã tem um futuro que não me avisaram
Não me sabem feito de passado e presente
Minhas palavras desentranhadas são estranhas
Como meus olhares desapegados de fantasias
Essa conversa fiada de livre arbítrio de culpa
Porque tudo que escolho é culpa minha
Minhas palavras estranhadas se desentranham
Meus olhares fantasiosos se desapegam
Nada é tão fácil e nem assim tão óbvio
E se eu gostasse de futuro tinha ido dormir
Ah! Que coisa é essa de todo mundo me dizer
Da tristeza, da solidão, da angústia, da dor
Como se alguém pudesse evitar esse olhar
Uma vez na vida que fosse, uma única vez
Dói amar e viver, ser e não ser, querer dói
Entristece esquecer, não pensar, não lembrar
Angustia mais não entender o mal do mundo
Do que fazer de conta que ele não existe
E a solidão é como a hora da morte
Em que a vida se resume num último olhar
O medo inventou deuses e demônios
E inventou de inventar céu e inferno
O medo inventou muito bem a morte
Enquanto a vida é e nunca deixa de ser
Este momento que acabou de acontecer
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 10/10/2010
Reeditado em 01/08/2021
Código do texto: T2547916
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