Os poetas são espartilhos
(Todo mundo sabe o que é mais não usa)
Os poetas são andarilhos, ermos, desertos
De olhos abertos sonham suas palavras
São a chaves para portas para outros mundos
Os poetas são vagabundos que trabalham por prazer
Soturnos, solitários (mas solidários) com as dores do mundo
São feitos de verdades simplesmente inacreditáveis
E criam para si e para outros realidades insustentáveis
A poesia é barco e vento, é vento e mar e horizonte
Uma terra desconhecida e distante, bem ali defronte
É sonho e o que se sonha e a pessoa sonhada e a que sonha
O poeta não passa de uma serpente no éden sem peçonha
Com sua poesia de amores e desamores, tantas distâncias
A poesia é aquilo que se ganha quando tudo se perde
Aquilo que se perde quanto mais insiste em caminhar
A poesia é o sonho menos do que a capacidade de sonhar
Os poetas são mendigos que andam a distribuir flores
Miseráveis que proporcionam a qualquer tanta riqueza
São a paisagem, a tela, o pintor, o motivo e as cores
Num mundo de horrores são criadores de tanta beleza
Os poetas são animais extintos, distintos, anacrônicos
Detentores da permanência dos amores mais crônicos
A poesia não é palavra, ofício e muito menos inspiração
Não é dom, habilidade, não é mais que uma necessidade
É uma espécie de emoção de que brota cada emoção
Não é a realidade, a coisa feita, e nem é a verdade
A poesia é essa dor no peito, o medo, a desolação
A poesia é tudo o que havia bem antes da eternidade
O poeta e a poesia tampouco se confundem, são um só
Tampouco se completam ou se buscam, perdem-se apenas
O poeta se faz de terra, volta à terra, é céu, mar e pó
E os dois se fazem tão grandes nas coisas tão pequenas
E nas coisas tão pequenas é que se perdem e andam só
Andam apenas, nada mais, por estradas tão estranhas
Que começam no pensamento e vão dar nas entranhas
(Poesia On Line, em 09/10/2010)
(Todo mundo sabe o que é mais não usa)
Os poetas são andarilhos, ermos, desertos
De olhos abertos sonham suas palavras
São a chaves para portas para outros mundos
Os poetas são vagabundos que trabalham por prazer
Soturnos, solitários (mas solidários) com as dores do mundo
São feitos de verdades simplesmente inacreditáveis
E criam para si e para outros realidades insustentáveis
A poesia é barco e vento, é vento e mar e horizonte
Uma terra desconhecida e distante, bem ali defronte
É sonho e o que se sonha e a pessoa sonhada e a que sonha
O poeta não passa de uma serpente no éden sem peçonha
Com sua poesia de amores e desamores, tantas distâncias
A poesia é aquilo que se ganha quando tudo se perde
Aquilo que se perde quanto mais insiste em caminhar
A poesia é o sonho menos do que a capacidade de sonhar
Os poetas são mendigos que andam a distribuir flores
Miseráveis que proporcionam a qualquer tanta riqueza
São a paisagem, a tela, o pintor, o motivo e as cores
Num mundo de horrores são criadores de tanta beleza
Os poetas são animais extintos, distintos, anacrônicos
Detentores da permanência dos amores mais crônicos
A poesia não é palavra, ofício e muito menos inspiração
Não é dom, habilidade, não é mais que uma necessidade
É uma espécie de emoção de que brota cada emoção
Não é a realidade, a coisa feita, e nem é a verdade
A poesia é essa dor no peito, o medo, a desolação
A poesia é tudo o que havia bem antes da eternidade
O poeta e a poesia tampouco se confundem, são um só
Tampouco se completam ou se buscam, perdem-se apenas
O poeta se faz de terra, volta à terra, é céu, mar e pó
E os dois se fazem tão grandes nas coisas tão pequenas
E nas coisas tão pequenas é que se perdem e andam só
Andam apenas, nada mais, por estradas tão estranhas
Que começam no pensamento e vão dar nas entranhas
(Poesia On Line, em 09/10/2010)