SECOU A FIGUEIRA

Brotaste, em forma de semente... Grande e bela ficaste!

Estendeste teus braços e serviste de sombra, travesseiro, mas...

Não destes frutos.

Todos que por ti passava, erguia o olhar...

Com a intenção de algo descobrir...

Olhavam até para o chão... Quem sabe entre as folhas mortas,

Alguns frutos ocultos estivessem... Tudo em vão.

Triste quadro. Triste visão. Não entendeste a chamada?

Figueira tu brotaste para distribuir frutos!

O Nazareno desejava recompensar-te pela tua fartura!

Porém,quando por ti passava, nada encontrou.

Pra quem está faminto, sombra e folhas não mitigam a fome.

Pra quem está realmente peregrinando, achar um fruto faz a diferença.

Não entendestes essas verdades?

De manhã, o Nazareno volta, e mais uma vez estende seu olhar...

Àquela figueira à beira do caminho há muitos podia alcançar!

Tantos precisavam dela, tantos contavam com ela,

Dos seus frutos para a fome saciar...

O Nazareno, tendo fome, por frutos procurou,

Por mais que olhasse cuidadosamente, nada encontrou...

A não ser folhas...

Da sua boca saiu à sentença: Sem frutos? Emurchecida ficará!

As árvores não estão por aí como enfeites...

Elas tem por missão: frutos dá.

Não adianta beleza, nem barulho para se destacar.

O que realmente importa é ser fecundo,

Sem jamais consumir-se apenas dando folhas. Folhas não mitigam a fome real.

E os que por aqui passam estão realmente famintos...

21/09/10

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 07/10/2010
Código do texto: T2543722
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