Dias bons, Dias ruins

Sol devastador, nenhum algodão no céu,

Cabeça fervendo, sangrando as idéias,

A perturbada satisfação de estar aqui, pensando em algo que poderia mudar o mundo, mas que não mudou nem a minha vida,

Entre tantas ilusões, me sinto alegre de olhos fechados,

A ilusão de não ver, a eterna ilusão não se achar,

Dias bons, dias ruins

Todos se vão,

Aprendi a esperar e a pensar, aprendi a sofrer,

Aprendi a sorrir é tão bom,

Relatar a vida passou a ser bobagem pra mim,

Quero viver, quero ir sempre mais longe,

Na medida do possível, chorar, gritar pular,

Ir alem do estéreo, me tornar leve e flexível,

Vagar na noite sem motivos, queimar ao sol sem precisão, andar descalço no solo quente do meu quintão,

E sentir, sentir as mínimas vibrações de um alfinete caindo,

Da menor partícula de poeira que voa,

Sentir a vida em todo o seu esplendor,

Sentir,

Os dias bons, os dias ruins.