Destempero e Só
Espia na porta o soprano forasteiro
Nem sequer raiou mor mentira
Falsa tentação de gaveta brandiu
A carne humana seca e densa a desfibrar.
Tento atentar às garras da sorte
Vão me é a taça da morte, pescadora
Aguardo o saco salgado de mácula para lamber
Resquícios sãos em reminiscências baratas, desgraça.
A volúpia me pega na esgueira
Meio de lado; vou sem nariz
Não há sentir pela fresta da luz
Marca o compasso, retro holofote.
Lembranças são manteigas a perfilhar os rebentos
À tona, marcas de um desgosto consciente e ausente
Vendo minhas polidas entranhas adentrar o âmago
Sinto, fugaz, a necessidade de pisar descalço na brasa.